Estamos às portas de novembro, o Mês da Consciência Negra. Instituições, grupos e escolas preparam suas atividades para refletir sobre o tema preconceito racial. Em quatro delas, públicas, a programação incluirá atividades com o uso do livro “Cabelo Ruim? A história de três meninas aprendendo a se aceitar”, da jornalista Neusa Baptista.
A própria autora estará executando nas escolas o projeto “Pixaim: trançando ideias na escola” à partir da semana que vem. Oficinas de leitura com professores e alunos e de tranças afro compõem a programação da atividade.
Cada escola receberá também um kit pedagógico, contendo as três personagens do livro – Bia, Tatá e Ritinha – em forma de bonecas de pano (by Dom e Arte) e o exemplar do livro, uma bolsa exclusiva do projeto e camisetas.
Estimular a utilização da Literatura em sala de aula é um dos principais objetivos do projeto, que também incentiva a produção literária entre as crianças. “Falar sobre temas como racismo e preconceito na escola ainda é um tabu. Por meio da Literatura, a ideia é falar disso de forma mais leve e lúdica, gerando até outros produtos culturais, como peças teatrais, poemas, músicas, enfim. É um incentivo a uma nova forma de lidar com o tema”, diz a autora.
As atividades acontecerão nas escolas estaduais Souza Bandeira, no bairro Shangri-lá, e Hermelinda Figueiredo, no bairro Coophema, e as municipais Nossa Senhora Aparecida, no bairro Jardim Eldorado, e Maria Tomich Monteiro da Silva, no bairro Ribeirão do Lipa. Em todas, a programação será incluída entre atividades já realizadas em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Serão realizadas atividades de leitura com o uso do livro “Cabelo Ruim?” com professores e alunos, ministradas por Neusa, e oficinas de tranças afro, com a estudante africana Diela Tamba.
Nesta última, os alunos aprenderão um pouco sobre a história das tranças e seu significado na cultura africana. “É importante ter o autor aqui para conversar frente a frente com os alunos, eles têm poucas oportunidades de vivenciar isso”, disse a professora articuladora da escola Hermelinda, Luzia Luciene da Silva. A técnica Mônica Afonso chama a atenção para as crianças que serão atendidas. “Os alunos são muito preconceituoso, principalmente entre os 06 e 10 anos. É importante falar sobre esse tema com eles”.
A maratona de atividades começa na próxima quinta-feira (3), quando será realizada oficina com professores da escola Hermelinda de Figueiredo. Dias 7 e 8, a ação segue para a escola Maria Tomich, onde professores, pais e estudantes já estão sendo mobilizados. No dia 17, o projeto estará na escola Nossa Senhora Aparecida, realizando concomitantemente oficinas de leitura e de tranças com alunos.
No dia 21, o projeto volta à escola Hermelinda de Figueiredo, realizando oficina de leitura com crianças. No dia 22, será a vez da escola Souza Bandeira, também com oficinas concomitantes durante todo o dia. No dia 24 de novembro, encerram-se as atividades, com oficina de tranças no dia 24 de novembro. “Mesmo no meio da correria de final de ano os professores mostraram-se interessados e receptivos à nossa presença lá. Isso porque são escolas que já têm interesse em falar desses temas”.
Além das atividades, os participantes das oficinas estão respondendo a uma pesquisa da autora sobre os desafios de se trabalhar o tema em sala de aula, bem como os materiais didáticos e paradidáticos utilizados.
Serviço
O que: Oficinas de leitura e tranças afro em escolas públicas
Período: 03, 17,21,22 e 24 de novembro.
Local: Escolas públicas
Mais informações em www.livrocabeloruim.blogspot.com